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  13:13

Tarifaço dos EUA: o que continua com 40% e o que deixou de ser taxado

Os EUA anunciaram na quinta-feira (20) a retirada do tarifaço de 40% sobre alguns produtos brasileiros, como carne e café.

A decisão, publicada pela Casa Branca, aconteceu uma semana depois de o governo de Donald Trump suspender a taxa de reciprocidade de 10% sobre 200 mercadorias, impostas a diversos países.

Os anúncios trouxeram alívio para boa parte dos produtos do agronegócio, mas ainda afetam a principalmente a indústria, já que os produtos manufaturados seguem com taxa de 40%.

A seguir, veja alguns dos produtos que ainda estão no tarifaço e os que saíram.
Produtos com tarifaço

Máquinas
Motores
Calçados
Móveis
Café Solúvel
Pescados
Mel

Produtos sem tarifaço

Carne bovina (todas as categorias)

Café (verde, torrado e derivados)

Frutas frescas, congeladas e processadas — incluindo laranja, abacaxi, banana, manga, açaí

Cacau e derivados

Especiarias (pimenta, gengibre, canela, cúrcuma etc.)

Raízes e tubérculos (mandioca em todas as formas)

Sucos e polpas de frutas

Fertilizantes (ureia, nitratos, potássicos, fosfatados)

Negociações entre Brasil e EUA

A retirada da tarifa de 40% vale para produtos que chegaram aos Estados Unidos a partir de 13 de novembro.

A data coincide com a reunião entre o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, quando o tema foi discutido.

Diferentemente da ordem executiva da semana passada, que era global, a decisão de quinta se aplica somente ao Brasil.

Na ordem desta quinta, Trump cita a conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no início de outubro, e afirma que a retirada das tarifas é resultado das negociações entre os dois governos.

"Em 6 de outubro de 2025, participei de uma conversa telefônica com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, durante a qual concordamos em iniciar negociações para abordar as preocupações identificadas no Decreto Executivo 14323. Essas negociações estão em andamento", diz Trump no documento.

Governo brasileiro celebrou decisão

O governo do Brasil comemorou a retirada da tarifa. O presidente Lula afirmou que está “muito feliz porque o presidente Trump começou a reduzir a taxação de alguns produtos brasileiros". "Essas coisas vão acontecer à medida que a gente conversa”, afirmou.

Lula acrescentou que seguirá buscando “diálogo e racionalidade” para eliminar as demais tarifas ainda aplicadas aos produtos brasileiros.

Para o Itamaraty, a decisão foi um avanço importante, especialmente por fazer menção às negociações com o Brasil e porque a data retroativa (13 de novembro) coincide com o dia da reunião entre Marco Rubio e Mauro Vieira.

O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, afirmou que a medida é uma “excelente notícia”. Segundo ele, o Brasil volta a competir em condições equilibradas no mercado dos EUA, o que ajuda a estabilizar preços dos produtos.

Alívio para exportadores

A retirada de taxas do café e da carne, especificamente, representa um alívio para exportadores brasileiros desses produtos.

Os Estados Unidos são o principal comprador de café do Brasil e respondem por cerca de 16% de tudo o que o país exporta. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), as importações caíram pela metade entre agosto e outubro, na comparação com 2024, por causa do tarifaço.

O diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, disse que a decisão é resultado de “um trabalho muito intenso”.

"Para nós, é um momento de celebração, um presente de Natal antecipado. Vamos concorrer com nossa sustentabilidade e competitividade em pé de igualdade, como a gente sempre quis", afirmou ao g1.

No caso da carne, os EUA eram o segundo maior comprador do produto brasileiro antes do tarifaço, importando 12% de todo o volume que o Brasil vende para o exterior.

Em nota, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) comemorou a decisão do governo americano.
Segundo a entidade, "a reversão reforça a estabilidade do comércio internacional e mantém condições equilibradas para todos os países envolvidos, inclusive para a carne bovina brasileira."
 

Fonte: G1

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