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  19:59

Profecia do Apocalipse 13 vem à tona após nomeação de papa americano Leão XIV; entenda

 Foto: Guglielmo Mangiapane/Reuters

Após o anúncio nesta quinta-feira (8) do nome americano Robert Francis Prevost como o novo papa, começaram a surgir nas redes sociais menções ao Apocalipse, último livro da Bíblia.

As postagens fazem referência a um trecho do capítulo 13, que trata sobre a emergência de duas bestas: uma da terra e outra do mar, que simbolizam, respectivamente, o poder político e o poder religioso.

Como Leão XIV, novo líder da Igreja Católica, é nascido nos Estados Unidos, país mais poderoso do mundo, esse trecho interpretado como um sinal do fim dos tempos.

Juntam-se a isso os fatos de o nome do novo papa ser Leão – característica da besta da terra, embora essa represente o poder político, e não o religioso – XIV – que por acaso se segue ao 13, número do capítulo.

Trata-se, porém, de uma invencionice, segundo o pastor Kenner Terra, da Igreja Batista Água Branca, doutor em ciências da religião pela Universidade Metodista de São Paulo, professor na Faculdade Instituto Rio de Janeiro (Fiurj) e autor de “O Apocalipse de João: caos, cosmos e o contradiscurso apocalíptico”, explica por que o texto ficou conhecido como fonte para o conceito do "anticristo".

"Toda teoria da conspiração conecta numa narrativa de forma aparentemente óbvia uma imagem completamente sem sentido. É assim que as teorias da conspiração funcionam. Então, pega, o nome Leão, o número 13, o papa, e aí começam as invencionices, que para mim são muito perversas, perigosas e alienadoras”.

O que dizem as postagens? 

“Profecia de Apocalipse 13 se cumprindo”, publicou um usuário do X.

O capítulo 13 do Apocalipse faz parte do Novo Testamento e foi escrito por João no século 1. E esse livro menciona duas bestas: uma que emerge do mar e outra que emerge da terra.

Diz o versículo 1:"E eu pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia."

E diz o versículo 11: " E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés como os de urso, e a sua boca como a boca de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio”.

O pastor Kenner Terra explica que a forma como essas bestas são descritas as fazem simbolizar o poder político (no caso da que sai do mar) e o poder religioso (no caso da que sai da terra).

Na visão conspiracionista, quando essas duas figuras se unem, acontece o fim dos tempos.

Só que, como explica Terra, esse trecho, escrito há 2 mil anos, era uma crítica ao imperador romano Nero Cesar.

“No Apocalipse 13, o visionário que chama-se João faz uma crítica a um imperador romano. Como ele faz essa crítica? Ele vai usar as imagens do seu tempo."

Visão do papa como anticristo é recorrente na história

O final do capítulo 13 do Apocalipse também cita o famoso número 666, conhecido como número da besta, inclusive na cultura pop – a banda de heavy metal Iron Maiden, por exemplo, fez uma música sobre ela.

Diz o versículo 18: "Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é 666”.

As postagens nas redes sociais também fazem referência a esse fato, para associar o novo papa ao anticristo. Inclusive pelo fato de ele ser Leão XIV, que se segue ao número 13 do capítulo em questão.

Kenner Terra explica que a desde a Reforma Protestante, em alguns momentos da história, o papa é tratado dessa forma.

Fonte: G1

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