A campanha que elegeu Tatiana Medeiros como vereadora de Teresina movimentou R$ 2 milhões de forma ilegal, afirmou o promotor Mário Alexandre, do Ministério Público Eleitoral durante o 4° dia da audiência de instrução e julgamento do processo que investiga a parlamentar e outras oito pessoas por corrupção eleitoral e organização criminosa.
"Há provas documentais, como fichas apreendidas na Operação Escudo Eleitoral, que tinham nomes de eleitores, números dos títulos eleitorais, quantidade de votos. Quando o sigilo bancário foi afastado, confirmou-se que houve transferência de recursos para as contas dos eleitores. Anotações de PG (pago) e Pix confirmando os pagamentos", detalhou o promotor.
Mário destacou que a investigação da PF e a denúncia do Ministério Público identificaram que a organização criminosa acusada de financiar a campanha de Tatiana exigia fotos dos eleitores nas filas e cabines de votação no dia das eleições municipais.
O advogado de Alandilson Cardoso, Wildes Próspero, negou que o cliente esteja envolvido com compra de votos e voltou a insistir na "contaminação" de provas anexadas a partir do relatório financeiro obtido sem autorização judicial e anulado pelo Tribunal de Justiça.
Relembre o caso
Tatiana foi presa em abril durante a Operação Escudo Eleitoral, da Polícia Federal. Segundo a PF, ela liderou um esquema de corrupção eleitoral que envolveu a participação de uma "facção criminosa violenta com grande atuação no estado".
A Justiça Eleitoral afastou Tatiana do cargo de vereadora. O suplente Leondidas Júnior (PSB) assumiu a vaga após 60 dias, como determina o regimento da Câmara de Teresina.
Enquanto esteve presa no Quartel do Comando Geral, Tatiana passou mal e precisou ser internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e no Hospital da Polícia Militar (HPM). Em 3 de junho, a Justiça autorizou prisão domiciliar por motivo de saúde, com medidas cautelares.
A vereadora foi solta por uma liminar, em 10 de outubro, após o TJ anular um relatório financeiro usado como prova contra ela. O documento foi obtido sem autorização judicial.
Três dias depois, no entanto, o Tribunal Regional Eleitoral decidiu manter a prisão domiciliar e o afastamento da parlamentar por entender que a volta dela à Câmara poderia levar à "destruição e provas e retorno da influência" do crime organizado no Poder Legislativo.
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