
Em meio à repercussão da decisão do Congresso dos Estados Unidos que apontou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como uma das autoridades brasileiras que teriam cometido supostos abusos contra liberdades civis, um ministro da Corte ironizou a possibilidade de ter o visto americano cancelado. A declaração foi publicada nesta sexta-feira (18) pelo jornal Valor Econômico.
Segundo a reportagem, o ministro, cuja identidade não foi revelada, reagiu com sarcasmo diante da hipótese de sanções dos EUA:
"Sempre teremos Paris", disse, em alusão à famosa frase do clássico filme Casablanca, sugerindo que há destinos alternativos, caso os Estados Unidos restrinjam a entrada de autoridades brasileiras envolvidas em processos contra desinformação e ataques à democracia.
A declaração surge após o Congresso americano publicar relatório recomendando sanções contra autoridades brasileiras, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, por supostas violações à liberdade de expressão. O jornal não citou qual dos ministros do STF enviou a imagem, mas Moraes foi o único membro do STF citado nominalmente na decisão.
MORAIS JÁ ENVIOU MENSAGEM A JORNALSITA DA GLOBO NEWS AO VIVO
Durante a edição do programa Central GloboNews, transmitida no dia 10 de abril, a jornalista Eliane Cantanhêde interrompeu o debate ao vivo para informar que havia recebido uma mensagem de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) com uma pergunta direcionada aos participantes da bancada.
Na ocasião, o tema em discussão era a possibilidade de anistia aos envolvidos nos atos de vandalismos do 8 de janeiro.
Sem revelar o nome do magistrado, Eliane leu a mensagem recebida via WhatsApp:
“Se invadissem a sua casa, jogassem rojões, paus e barras de ferro em seus funcionários, destruíssem os seus móveis e quisessem que o vizinho tomasse o poder e passassem a comandar sua família e sua residência, você pediria anistia? Mas, contra o país e a democracia, tudo bem? Pode?”
A pergunta do ministro foi idêntica a uma fala já proferida anteriormente pelo ministro Alexandre de Moraes, durante uma sessão do STF no julgamento dos réus envolvidos na invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Embora o nome do ministro não tenha sido revelado no programa, a semelhança da mensagem com declarações anteriores de Alexandre de Moraes reforçou a associação direta a ele. O episódio gerou críticas à atuação do magistrado, bem como à relação entre jornalistas e suas fontes no Judiciário, levantando questionamentos sobre os limites dessa proximidade e os critérios que definem o que deve ou não ser noticiado e repercutido nas bancadas televisivas.
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