Entre no
nosso grupo!
WhatsApp
  RSS
  Whatsapp

  19:07

 Fonte: Google Imagens

 Ir e vir é um direito básico para circular nas vias públicas de qualquer cidade/sociedade desenvolvida, mas em algumas avenidas do centro comercial de Campo Maior, as ruas têm donos e atualmente os cones de “trânsito” simbolizam a privatização dessas vias.

Quando chega segunda-feira, o dia amanhece, a cidade acorda, os veículos aceleram e a vida chama cada um para a guerra de espaço e civilidade nas ruas e avenidas da cidadezinha. Seja quem for – pedestre ou passante, carro ou carroça, moto ou motorista – seguimos todos pelas veias do trânsito urbano.

Entretanto, quem procura estacionar seu carro, moto ou bicicleta em certas avenidas de Campo Maior, já deve ter se deparado com vias ocupadas por cones, cavaletes, caixotes ou qualquer outro objeto que o valha. É que alguns prédios privados e públicos se apossam da rua frontal para reservar vagas para si ou para o futuro cliente que adentrar aqueles estabelecimentos do centro da cidade.

E ai de quem ousar retirar um cone que não devia guardar vaga na avenida! Recebe repreendas até de servidores públicos ou reclamações de funcionários das lojas. Porque aquele espaço está demarcado, aquele feudo tem um suserano e vassalo nenhum deve invadi-lo. No reino de Campo Maior a supremacia do interesse coletivo desaba diante do interesse particular dos donos das ruas e avenidas do centro comercial da cidadezinha.

"Se essa rua fosse minha..."

Colocar cones, cavaletes, caixotes ou qualquer outro objeto para reservar vaga de estacionamento na via pública é uma infração prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). No artigo 246 do CTB consta que é proibido obstaculizar indevidamente a via, impedindo ou dificultando a livre circulação de veículos e pedestres, ou a segurança de todos os usuários da via. A infração é considerada gravíssima, com pena de multa e possibilidade de agravamento em até cinco vezes, conforme o risco a ser analisado pelo agente de trânsito. 

Nem original somos: o costume de ocupar ruas com cavaletes ou cones é vício nacional e onde o poder público cochila, a expertise brasileira abunda. Por dia comumente são vistos dois agentes de trânsito para acompanhar 45 mil habitantes no trânsito campo-maiorense. E haja trabalho para os estoicos agentes em disciplinar uma sociedade indisciplinada: cruzar o sinal vermelho, desrespeitar a faixa de pedestre, dirigir com celular ao volante, entrar na contramão, excesso de carga ou de passageiros, falta de capacete, de cinto de segurança, de habilitação e de empatia.

Mas e os cones, cavaletes e/ou cadeiras usadas para guardar vagas na rua? A rua ou avenida podem ter um nome, mas não têm dono. Aliás, todos somos donos do espaço público, tanto em usá-lo quanto em preservá-lo. É uma propriedade coletiva e como tal deve ser compartilhada entre todos para o benefício do maior número possível de pessoas.

Até o flanelinha sabe disso. Eu acho... 

Fotos relacionadas

padrão

Mais de Antônio JMS