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  22:02

Alice Brasil, de 4 anos, morreu após ser atingida por uma penteadeira dentro do Cev Colégio, no bairro Morada do Sol, Zona Leste de Teresina. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (7), os campomaiorenses Dayana Brasil e Cláudio Sousa, contaram como foram os primeiros momentos após tomarem conhecimento do acidente da filha e disseram que não foram avisados imediatamente.

Segundo Dayana, ela soube do acidente por uma professora do turno da manhã, que estava deixando a escola e viu Alice sendo levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Satélite

"A professora da manhã me ligou e disse 'aconteceu alguma coisa com a Alice na sala aqui do lado, estão levando ela para a UPA, sofreu um acidente'. Ai a ligação falha, eu falei 'Leva para [o hospital] Unimed, que eu tenho plano de saúde da Unimed. Leve para lá que eu estou indo para lá. Ai ela falou 'Não, estão indo pra UPA do Satélite, que é mais próximo", disse.

Segundo a mãe, ela foi imediatamente para a UPA, mas chegando lá, foi informada que a filha não tinha dado entrada na unidade.

"Ela já tinha sido retirada da escola sem minha autorização. A professora que me comunicou estava por acaso indo embora e viu a minha filha sendo tirada da escola e me ligou. Eu comecei a ligar para as professoras da tarde, ninguém me atendia, e não sabia se era verdade se estavam indo para essa UPA. Cheguei na UPA, falei que minha filha tinha dado entrada aqui, e disseram 'não senhora, aqui a gente nem atende criança dessa idade'", citou.

Ainda conforme a mãe, a criança não chegou ao hospital porque uma ambulância foi ao encontro do carro onde eles estavam indo a caminho da UPA. O atendimento começou imediatamente, com manobras de reanimação. Após várias tentativas, a mãe conseguiu contato com uma professora do turno da tarde, que informou onde o socorro estava sendo feito.

"Não me deixaram entrar na ambulância para eu ver minha filha. Fiz várias perguntas, cheguei a perguntar se ela estava com traumatismo craniano, disseram que tinha caído um móvel em cima dela. Perguntei se ela estava acordada, se estava consciente, se ela tinha falado com alguém. E aí a resposta que me davam era sempre que o médico ia falar comigo", disse.

Dayana contou que, quando o pai de Alice chegou, os dois entraram na ambulância e viram as tentativas de reanimação da criança.

"Eu vi o Cláudio chegando, e ele queria subir na ambulância, e a gente viu o que não queria ver: eles estavam tentando reanimar a Alice. Eles pediram para a gente sair porque poderia atrapalhar o trabalho da equipe, e nós respeitamos. Poucos minutos depois, vieram dizer que não tinha mais o que fazer", disse.

Emocionada, Dayana descreveu o momento como o mais cruel de sua vida. "Eu não desejo isso para ninguém. É uma dor que dilacera, uma dor que você não tem mais nada o que fazer pra sua filha", afirmou.

Segundo a mãe, o maior desafio agora será ajudar o irmão gêmeo de Alice a entender a ausência da irmã.

"Agora vou ter que tirar uma cama do quarto, vou ter que tirar a cadeirinha do carro, vou ter que tirar as roupas dela, resolver o que eu vou fazer. E meu filho vai ter que ver toda essa transformação, porque tudo sempre foi de dois, vou ter que administrar tudo isso. E ele vai ter que entender que ela não tá mais ali com ele, no braço dele. Entender o que nem eu entendo, e ninguém consegue entender."

Os pais de Alice Brasil contam ter recebido informações desencontradas da escola. Em nota, o Colégio CEV disse que colabora com a apuração policial.

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'Presente que eu recebi no meu aniversário foi um caixão com o corpo da minha filha', diz pai da criança 

Alice fez aniversário na segunda-feira (4) e comemorou na manhã seguinte com o irmão gêmeo e colegas de sala que estudam na mesma unidade. O acidente aconteceu na tarde de terça (5), poucas horas após a celebração.

O pai de Alice descreveu a dor e o sofrimento de ter que sepultar a filha no dia do próprio aniversário.

"Meu aniversário foi no dia de ontem. O meu presente, foi sepultar a minha filha. No dia em que eu ia comemorar mais um ano de vida e u tive que enterrar minha filha de 4 anos de idade. (...) Virou o pior dia de nossas vidas, jamais sairá de nossas mentes. Esse foi o presente que eu recebi: um caixão com um corpo da minha filha já sem vida", disse.

De acordo com a família, o irmão gêmeo de Alice presenciou o acidente. Em conversa com parentes, ele relatou que viu “muito sangue sair pelo nariz” da menina antes que ela fosse levada para atendimento médico.

"Ele estava com ela onde tudo aconteceu. Ele viu tudo. Como eu vou explicar para uma criança de 4 anos que sua irmã, que dividia tudo com ele, desde o ventre da minha amada esposa... ele viu tudo, presenciando uma cena que nenhuma criança ou pessoa poderia ver" relatou o pai.

Fonte: G1

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