
Dois caças venezuelanos armados sobrevoaram o destróier norte-americano USS Jason Dunham no mar do Caribe nesta quinta-feira (4), afirmou um oficial dos EUA à agência de notícias Reuters. O Departamento de Defesa americano confirmou a informação e chamou a ação de "altamente provocativa".
A embarcação americana está no sul do Caribe em uma operação contra o tráfico internacional de drogas. Há outros navios dos EUA na região, além de um submarino nuclear. Especialistas acreditam que os militares também podem mirar a Venezuela em breve.
A imprensa americana informou que o Pentágono classificou a ação como uma tentativa de "demonstração de força" da Venezuela. O destróier dos EUA não reagiu ao sobrevoo, que foi feito com caças F-16.
Em comunicado, o Departamento de Defesa disse que o sobrevoo venezuelano foi feito com a intenção de interferir nas operações dos EUA contra o narcoterrorismo.
"O cartel que controla a Venezuela é fortemente advertido a não tentar, de nenhuma forma, obstruir, dissuadir ou interferir nas operações de combate ao narcotráfico e ao terrorismo conduzidas pelas forças militares dos Estados Unidos", publicou o Pentágono.
Horas depois, os EUA ordenaram o envio de 10 jatos F-35 para Porto Rico, que fica na região do Caribe, para dar suporte às operações contra os cartéis de drogas, afirmaram duas fontes americanas à Reuters.
O episódio ocorreu dois dias após militares dos Estados Unidos bombardearem um barco no Caribe. O presidente Donald Trump disse que a embarcação estava carregada com drogas e pertencia à gangue venezuelana Tren de Aragua — considerada terrorista pelo governo americano. O caso representa mais uma escalada de tensões entre Washington e Caracas.
“O ataque ocorreu enquanto os terroristas estavam no mar, em águas internacionais, transportando narcóticos ilegais com destino aos Estados Unidos. A ofensiva resultou na morte de 11 terroristas. Nenhuma força dos EUA foi ferida nesta ação”, publicou Trump na terça-feira (2).
Ao comentar o bombardeio, Trump acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de controlar o Tren de Aragua. Ele também o responsabilizou por “assassinatos em massa, tráfico de drogas, tráfico sexual e atos de violência e terror nos Estados Unidos”.
Além do Tren de Aragua, os EUA também acusam Maduro de chefiar o Cartel de los Soles — afirmação contestada, em parte, por analistas.
Especialistas afirmam que o grupo não tem uma hierarquia única, mas funciona como uma “rede de redes” que facilita e lucra com o tráfico de drogas, reunindo militares de diferentes patentes e setores políticos da Venezuela.
Mesmo sem ser o líder, Maduro é apontado como um dos principais beneficiários de uma “governança criminal híbrida” que ajudou a instalar no país
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