Entre no
nosso grupo!
WhatsApp
  RSS
  Whatsapp

  01:04

Mulher morre 74 dias após ser absolvida, depois de ficar presa 6 anos ao ter sido estuprada; entenda

Damaris Vitória Kremer da Rosa, de apenas 26 anos, morreu no último dia 27 de outubro, em Salto do Jacuí, no Rio Grande do Sul, 74 dias depois de ser absolvida por um júri popular que reconheceu sua inocência. Antes disso, ela passou seis anos presa injustamente, acusada de participar do homicídio de um homem que, segundo seu próprio relato, a havia estuprado.

A jovem foi vítima duas vezes: primeiro da violência sexual, depois de um sistema de Justiça que a condenou sem provas e a manteve encarcerada mesmo quando seu corpo já dava sinais de que algo estava errado.

Preso em agosto de 2019, Damaris só deixou o presídio em março de 2025, quando a Justiça, enfim, converteu sua prisão em domiciliar, e isso apenas porque um câncer no colo do útero já havia avançado de forma irreversível.

Mesmo debilitada, com dores constantes e sangramentos, ela teve sucessivos pedidos de liberdade negados. A Justiça alegava que não havia “demonstração suficiente de a ré estar extremamente debilitada por motivo de doença grave”.

“Fiz petições manifestando que ela estava tratando câncer e precisava transitar por hospitais. Ainda, havia a oscilação do peso. Pedi a remoção da tornozeleira, mas nenhum desses pedidos foi atendido. Ela foi submetida a raio-x, exames, tudo com tornozeleira”, relatou a advogada Rebeca Canabarro, que representou a jovem.

O caso que levou Damaris à prisão ocorreu em 2018. Ela contou ao então namorado que havia sido estuprada por Daniel Gomes Soveral. O namorado, tomado pela raiva, decidiu agir por conta própria e matou o agressor. Mesmo sem participar do crime, Damaris foi acusada de ter “atraído a vítima ao local”, e acabou atrás das grades.

Em agosto de 2025, o tribunal reconheceu o óbvio: Damaris era inocente. O júri a absolveu por negativa de autoria, confirmando que não havia qualquer prova que a ligasse ao homicídio.

Mas já era tarde. A Justiça que demorou seis anos para reconhecê-la como vítima não teve a mesma pressa em garantir-lhe o direito de viver.

Damaris morreu pouco tempo depois, sem que ninguém do Estado que a puniu injustamente lhe pedisse desculpas.

Com informações do G1

Mais de Brasil